AS MORADAS NÔMADES DA PALAVRA
POÉTICA EM OS POROS FLÓRIDOS, DE
JOSELY VIANNA BAPTISTA
Ramon Guillermo Mendes
Resumo: Em seu poema Os poros flóridos, presente no livro Sol sobre nuvens (2007),
Josely Vianna Baptista promove o encontro da palavra poética com o mundo fora dela
em um experimentalismo radical tornando a poesia um evento híbrido entre a cultura
(pela apresentação da palavra escrita) e a materialidade (pela manifestação animista
da natureza) criando aquilo que pode ser entendido como um intermezzo (DELEUZE;
GUATTARI, 1997), uma zona de habitação de múltiplas potências ou heccceidades,
que seriam conjuntos de relações que operam a formação das sensações, da
percepção e da razão (INGOLD, 2018) permitindo assim a manifestação da invenção
lírica como um meio de agência (GELL, 2018) entre o espaço interno do poema com
sua externalidade dissolvendo essa dualidade.
trabalho
compreender que a poesia pode ser também um movimento que nos permite perceber
com ela o mundo aberto e seus fluxos do qual fazemos parte suspendendo em seu
acontecimento as dicotomias entre
linguagem/mundo e palavra/imagem se
constituindo como uma morada nômade (BAPTISTA, 2011) para as vozes que ecoam
inaudíveis (para alguns) pelos territórios que nós (humanos) pensamos habitar e
ocupar de modo solitário e soberano.
Palavras-chave: Poesia contemporânea; Agência; Ontologia do poema.
Intentamos nesse